Nossa História
Era o ano 2.000. O mundo não tinha acabado, mas eram os últimos anos da Rua Augusta ocupada por inferninhos, bordéis e filmes bizarros. Foi nesse laboratório onde se podia experimentar com a liberdade de ter todo mundo e ninguém olhando ao mesmo tempo, que a Bendita Augusta nasceu.
Às 19 horas de uma quarta-feira, os trabalhadores que subiam a rua para ir embora e os boêmios que a desciam em busca de cerveja trincando se depararam com uma galeria de artes à céu aberto, com pinturas de Trevor Brown, sobre identidade de gênero, e cartazes do filme Gummo, com Chlöe Sevigny, estampados em camisetas expostas em um varal.
Naquele dia e nos oito anos seguintes, a esquina com a Luís Coelho foi o ponto de encontro dos amantes de música, cinema e artes, que queriam vestir a camisa de seus heróis.
Em 2009, a chegada de uma nova gestão municipal, linha dura com o comércio ambulante, tentou levar embora o sonho de Soraya Góes, a Sol, curadora da loja-galeria, sem saber que a palavra “sonho” não existe no vocabulário dela. É fazer e acontecer.
A banca de camisetas virou oficialmente loja, dessa vez, em uma galeria fechada. Sem o sobe-desce da rua, o movimento caiu, mas o consumidor, agora mais exigente, ensinou sobre a importância da qualidade do produto.
A pós-graduação em vendas que Sol cursou na Rua Augusta, após uma infância no balcão da loja da mãe, a fez buscar novamente o contato com a diversidade de públicos – nas feiras da Benedito Calixto e do Center 3, as vendas quadruplicaram, e a chegada do irmão caçula, Everton Góes, para uma sociedade, trouxe a visão de negócios que fez da Bendita Augusta, uma marca.
Em quase 20 anos de trabalho, a dupla montou uma equipe de profissionais, inaugurou outras sete lojas e continua motivada pelo desejo de ver cada dia mais gente comunicando quem é e no que acredita por meio de estampas.